sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Porque comigo?


Quando eu voltei para a sala, os meninos não estavam la. Aproveitei para ligar para a Jéssica para contar tudo o que aconteceu. A Jess é a minha melhor amiga, uma irmã para mim. Nascemos, crescemos e fomos criadas juntas. Felizmente nos entendemos muito bem. Contei a ela do Tyler, do sentimento pelo Bruce, o beijo, o baile que afinal eu estava sem par e ela também. Era meu último ano na faculdade, e teria um baile, no qual eu poderia levar quantas pessoas eu quisesse, caso cada um levasse seu dinheiro de entrada. Enfim, um baile de formatura em que eu desejava convidar o Bruce para ir comigo, meu melhor amigo. Desde pequena eu gosto do Bruce, e eu sempre me prendi muito a ele, tanto que eu nunca namorei sério com ninguém, nunca fiz sexo, só beijei, mas sempre sem compromisso. Nenhum dos meus beijos com qualquer cara por ai foi tão bom quanto o meu com o Bruce. Não sei por que nunca contei que gostava dele, acho que talvez por medo da rejeição. Ele sempre foi ambicioso, sempre ficou com muitas garotas e eu sempre o ajudei com elas. Já soltei piadinhas e indiretas, mas os homens são tão lentos que ele nunca se tocou. Finalmente, cheguei a conclusão de que eu deveria chamá-lo para o meu baile, antes que alguma biscate chamasse. E no dia seguinte, eu o chamaria para ir comigo morar em Forks. Seria tão bom ter o Bruce la comigo. E estava decidido, se ele não fosse eu também não iria. Na verdade, na verdade.. parte da idéia de se mudar foi do Tyler e ele disse que era para ser só eu e ele, mas mesmo assim vou chamar o Bruce para ir com agente. Eu queria muito conseguir entrar para a Academia de Dança. E minha intenção é fazer street dance. Sabe, eu amo dançar, e desde pequena eu danço, e admito que muito bem. Então, porque não fazer dança? E eu quero que o Bruce faça comigo. [ Ela quer que o Bruce faça tudo com ela! Kkkkk-]. A partir de amanhã, vou enviar as nossas matrículas, e enquanto ao Ty.. ele faz o que ele quiser. Agora eu vou me deitar e esperar os desaparecidos chegarem.
*sonhando*
Uma voz rouca disse as severas palavras:
- Você não vai viajar. O Tyler só quer te usar. O Bruce sempre vai te amar e boas novidades irão te abalar. Não se esque..*Acordei com o Bruce me dando beijinhos  na nuca. Abrir os olhos, e retribuir seu beijo, porém, nos lábios. Nossa tarde foi muito boa, comemos pipoca, assistimos filme, sentamos para conversar, e conversamos mesmo.. Sobre mim, sobre ele, sobre nós e sobre o Tyler.. Eu o vi corar quando me disse que tinha ciúmes do Ty! Não sei por que, nunca dei motivos para isso.. Mas acho que eu não sou boa para felicidade, pois sempre que estou feliz algo de ruim acontece.. Quando deu 16:18, recebi uma ligação da recepção do hospital daqui da cidade, e por mais impossível que pareça, meus pais haviam tido um acidente de carro.
- Bruce, me leva pro hospital? – Falei soluçando de tanto chorar. E se acontece algo com eles? Vou me culpar por todas as ignorâncias, por todo o tempo que fiquei no computador enquanto ela pedia para eu ajudá-la com algo. Agora estou meio que arrependida por tudo, mas já é tarde demais.. vou me redimir de alguma forma!
- Claro! Mas, me fala sobre a ligação, o que disseram? – Ele me olhou desesperado.
- Meus paiis..
- O que tem eles?
- Sofreram um acidente de carro! – Enxuguei minha lágrima e prendi meu cabelo em um coque bagunçado – Você me leva Bru? – solucei
- Claro! Vai vestida assim mesmo? – Eu estava com um short jeans curto e uma blusa preta toda rasgada da Nirvana.
- Vou.. agora vamos logo!
Fomos para o carro do Bruce, e ele me levou para o hospital, durante o caminho chorei litros. Não podia ser os meus pais! Chegamos no hospital, eu entrei e dei meu nome na recepção.. A mulher me atendeu na maior calma, CALMA? Puta que pariu, não to com o mínimo de paciência.
- Maryanne, seus pais estão fazendo uma cirurgia nesse momento, e não podem ser interrompidos. Bom, pode aguardar naquele banco, e assim que souber de algo lhe contatarei!
- Obrigada! – Me sentei no banco, e acho que nunca contei a ninguém que meu nome na real é Maryanne, mas eu odeio esse nome, então só permito que me chamem de Mary. O Bruce estava do lado de fora, fumando de preferência. Odeio cheiro de cigarro! As vezes, não sei como eu sou um anjo! Anjos deveriam ser sensíveis, doces, melosos e tals, e eu.. eu não gosto nem de andar com garotas! Estou puta da vida, pois eu poderia ter evitado aquele acidente! Se eu tivesse no carro no lugar deles, talvez fosse menor o sofrimento. Ou talvez não, dizem que quando um filho perde os pais, estes perdem o passado, mas quando um pai perde o filho, ele perde o futuro. A recepcionista me chamou.
- Que é?
- O Dr. Alberto a espera na sala 202! – ela apontou para uma sala a uns 10 passos da recepção.
- Ta!
Fui para a sala 202, e o médico estava la me esperando, sentado em sua cadeira, atrás de uma mesa bem bagunçada, havia um laptop e muitos papéis ali em cima. Bati 2 vezes na porta para ele perceber que eu estava ali.
- Entre e se sente – sua voz estava rouca, ele parecia querer me contar alguma coisa. Entrei na sala e me sentei.
- O que houve? Tem noticias de meus pais? – Falei pressionando
- Tenho notícias nada boas!
- Ta, não enrola, fala logo!
- Eles não resistiram, não pude salva-los.. A pancada do acidente foi muito forte! Quebrou as costelas, perfurou o pulmão, e o cérebro foi afetado com uma batida muito forte na cabeça, pelo fato do carro ter capotado! Eu sinto muito! – Eu desabei, naquele momento eu não sabia mais o porque d’eu continuar ali viva. Eles não mereciam morrer! Enxuguei as lágrimas ainda soluçando.
- Obrigada por tentar! – Me levantei e sair da sala para voltar para casa. O Bruce estava na sala de espera, ele veio até mim e me abraçou. Agora minha vida mudou, preciso arranjar um emprego, ou talvez eu fique com toda a herança, eu não sei!
- O que aconteceu? – ele me disse quase chorando também.
- Eles não suportaram! – chorei ainda mais.
- Calma! Você ainda tem a mim!
- Obrigada Bru! Me leva pra casa por favor! – Assim ele fez, me levou para casa, e eu dormir em seu colo depois de tanto chorar.
Ivna Poggio

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