sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Porque comigo?


Quando eu voltei para a sala, os meninos não estavam la. Aproveitei para ligar para a Jéssica para contar tudo o que aconteceu. A Jess é a minha melhor amiga, uma irmã para mim. Nascemos, crescemos e fomos criadas juntas. Felizmente nos entendemos muito bem. Contei a ela do Tyler, do sentimento pelo Bruce, o beijo, o baile que afinal eu estava sem par e ela também. Era meu último ano na faculdade, e teria um baile, no qual eu poderia levar quantas pessoas eu quisesse, caso cada um levasse seu dinheiro de entrada. Enfim, um baile de formatura em que eu desejava convidar o Bruce para ir comigo, meu melhor amigo. Desde pequena eu gosto do Bruce, e eu sempre me prendi muito a ele, tanto que eu nunca namorei sério com ninguém, nunca fiz sexo, só beijei, mas sempre sem compromisso. Nenhum dos meus beijos com qualquer cara por ai foi tão bom quanto o meu com o Bruce. Não sei por que nunca contei que gostava dele, acho que talvez por medo da rejeição. Ele sempre foi ambicioso, sempre ficou com muitas garotas e eu sempre o ajudei com elas. Já soltei piadinhas e indiretas, mas os homens são tão lentos que ele nunca se tocou. Finalmente, cheguei a conclusão de que eu deveria chamá-lo para o meu baile, antes que alguma biscate chamasse. E no dia seguinte, eu o chamaria para ir comigo morar em Forks. Seria tão bom ter o Bruce la comigo. E estava decidido, se ele não fosse eu também não iria. Na verdade, na verdade.. parte da idéia de se mudar foi do Tyler e ele disse que era para ser só eu e ele, mas mesmo assim vou chamar o Bruce para ir com agente. Eu queria muito conseguir entrar para a Academia de Dança. E minha intenção é fazer street dance. Sabe, eu amo dançar, e desde pequena eu danço, e admito que muito bem. Então, porque não fazer dança? E eu quero que o Bruce faça comigo. [ Ela quer que o Bruce faça tudo com ela! Kkkkk-]. A partir de amanhã, vou enviar as nossas matrículas, e enquanto ao Ty.. ele faz o que ele quiser. Agora eu vou me deitar e esperar os desaparecidos chegarem.
*sonhando*
Uma voz rouca disse as severas palavras:
- Você não vai viajar. O Tyler só quer te usar. O Bruce sempre vai te amar e boas novidades irão te abalar. Não se esque..*Acordei com o Bruce me dando beijinhos  na nuca. Abrir os olhos, e retribuir seu beijo, porém, nos lábios. Nossa tarde foi muito boa, comemos pipoca, assistimos filme, sentamos para conversar, e conversamos mesmo.. Sobre mim, sobre ele, sobre nós e sobre o Tyler.. Eu o vi corar quando me disse que tinha ciúmes do Ty! Não sei por que, nunca dei motivos para isso.. Mas acho que eu não sou boa para felicidade, pois sempre que estou feliz algo de ruim acontece.. Quando deu 16:18, recebi uma ligação da recepção do hospital daqui da cidade, e por mais impossível que pareça, meus pais haviam tido um acidente de carro.
- Bruce, me leva pro hospital? – Falei soluçando de tanto chorar. E se acontece algo com eles? Vou me culpar por todas as ignorâncias, por todo o tempo que fiquei no computador enquanto ela pedia para eu ajudá-la com algo. Agora estou meio que arrependida por tudo, mas já é tarde demais.. vou me redimir de alguma forma!
- Claro! Mas, me fala sobre a ligação, o que disseram? – Ele me olhou desesperado.
- Meus paiis..
- O que tem eles?
- Sofreram um acidente de carro! – Enxuguei minha lágrima e prendi meu cabelo em um coque bagunçado – Você me leva Bru? – solucei
- Claro! Vai vestida assim mesmo? – Eu estava com um short jeans curto e uma blusa preta toda rasgada da Nirvana.
- Vou.. agora vamos logo!
Fomos para o carro do Bruce, e ele me levou para o hospital, durante o caminho chorei litros. Não podia ser os meus pais! Chegamos no hospital, eu entrei e dei meu nome na recepção.. A mulher me atendeu na maior calma, CALMA? Puta que pariu, não to com o mínimo de paciência.
- Maryanne, seus pais estão fazendo uma cirurgia nesse momento, e não podem ser interrompidos. Bom, pode aguardar naquele banco, e assim que souber de algo lhe contatarei!
- Obrigada! – Me sentei no banco, e acho que nunca contei a ninguém que meu nome na real é Maryanne, mas eu odeio esse nome, então só permito que me chamem de Mary. O Bruce estava do lado de fora, fumando de preferência. Odeio cheiro de cigarro! As vezes, não sei como eu sou um anjo! Anjos deveriam ser sensíveis, doces, melosos e tals, e eu.. eu não gosto nem de andar com garotas! Estou puta da vida, pois eu poderia ter evitado aquele acidente! Se eu tivesse no carro no lugar deles, talvez fosse menor o sofrimento. Ou talvez não, dizem que quando um filho perde os pais, estes perdem o passado, mas quando um pai perde o filho, ele perde o futuro. A recepcionista me chamou.
- Que é?
- O Dr. Alberto a espera na sala 202! – ela apontou para uma sala a uns 10 passos da recepção.
- Ta!
Fui para a sala 202, e o médico estava la me esperando, sentado em sua cadeira, atrás de uma mesa bem bagunçada, havia um laptop e muitos papéis ali em cima. Bati 2 vezes na porta para ele perceber que eu estava ali.
- Entre e se sente – sua voz estava rouca, ele parecia querer me contar alguma coisa. Entrei na sala e me sentei.
- O que houve? Tem noticias de meus pais? – Falei pressionando
- Tenho notícias nada boas!
- Ta, não enrola, fala logo!
- Eles não resistiram, não pude salva-los.. A pancada do acidente foi muito forte! Quebrou as costelas, perfurou o pulmão, e o cérebro foi afetado com uma batida muito forte na cabeça, pelo fato do carro ter capotado! Eu sinto muito! – Eu desabei, naquele momento eu não sabia mais o porque d’eu continuar ali viva. Eles não mereciam morrer! Enxuguei as lágrimas ainda soluçando.
- Obrigada por tentar! – Me levantei e sair da sala para voltar para casa. O Bruce estava na sala de espera, ele veio até mim e me abraçou. Agora minha vida mudou, preciso arranjar um emprego, ou talvez eu fique com toda a herança, eu não sei!
- O que aconteceu? – ele me disse quase chorando também.
- Eles não suportaram! – chorei ainda mais.
- Calma! Você ainda tem a mim!
- Obrigada Bru! Me leva pra casa por favor! – Assim ele fez, me levou para casa, e eu dormir em seu colo depois de tanto chorar.
Ivna Poggio

sábado, 24 de dezembro de 2011

A volta do Bruce



Os 2 dias que fiquei esperando o Bruce chegar passaram rápido. Muito rápido. Ainda mais que eu fui a Swanopel falar com a Magda, porém era feriado e a faculdade estava fechada. Voltei para casa e o Tyler tinha feito o almoço. Estacionei e entrei
- Boa Tarde Ty! – falei vibrante
- Boa Tarde! Está com bom humor garota – ele riu
- Digamos que sim e, por favor, não estraga! O Bruce chega hoje! – dei língua para ele e subi as escadas para tomar um banho e relaxar. Tomei um banho bem morno na banheira e relaxei. Eu provavelmente dormir ali, acho que eu acabei relaxando demais. Acordei com leves batidas na porta do banheiro. Levantei, me enxuguei, vesti minha roupa e abrir a porta. Quase pulei de tanta alegria, quando vi quem estava parado na porta me olhando. Cocei os olhos, acho que eu ainda estava sonhando.
- Minha linda! – Ele me abraçou e me girou no ar
- Quantas saudades! – Dei um baita beijo no rosto dele e ele sorriu
- Sabe.. os dias longe de você parece que não passam! – fiquei meio triste pelo fato de me mudar e ter que deixá-lo aqui.
- Então Bru, eu tenho que te contar umas coisas que aconteceram na sua ausência!
- Tipo o quê? O cara la embaixo que atendeu a porta?
- Também é isso! Ele é um amigo e ta passando uns dias aqui em casa! – eu sorri
- Só um amigo né? – Ele me fuzilou com os olhos
- Só um amigo! – Pisquei e o beijei, logo falei novamente – Tem mais uma coi... – fomos interrompidos, o Tyler estava nos chamando para almoçar. Ele parou para me olhar e finalmente disse
- Hoje a tarde você vai num lugar comigo e vai deixar o seu amiguinho ai, ta bom?
- Ta, ciumento! – mordi os lábios – Agora vamos descer que não é coisa de Deus deixar a comida esperando! – Sorri e o puxei pelo braço e descemos a escada correndo. A mesa estava pronta, mas com somente 2 lugares, o que particularmente eu não entendi, já que eles tinham se visto.
- Maa..ma..mas porque 2 lugares, se somos 3? – gaguejei e observei o Tyler, cautelosa.. eu não estava gostando dessa história.
- Porque eu já almocei e vou ter que sair! Bom para vocês matarem um pouco a saudade! – Ele piscou para mim. Já tinha 2 semanas que eu falava que o Bruce ia chegar, ele deve ter ligado as coisas e nos fez esse favor, ou então o Bruce o ameaçou quando chegou, ri sozinha com essa minha conclusão.
- Ta bom então Ty, até mais tarde! – Dei um beijo na bochecha dele, ele se direcionou a porta e saiu acenando. Olhei para o Bruce e ele estava parado me olhando
- Então, vamos comer? – Aqueci as mãos
- Claro! Parece estar uma delícia! – ele sorriu e andou em direção a mesa, eu andei junto, ele puxou a cadeira para mim, eu me sentei e nos servi. Em 10 minutos devoramos toda a comida da mesa, e olha que tinha muita! Acabamos os dois, dormindo abraçados no tapete da sala, e o passeio da tarde furou! A tarde inteira se passou, e eu ainda estava dormindo quando ouvi a voz do Bruce conversando com o Tyler. Continuei com os olhos fechados e prestei atenção na conversa deles. Senti uma mão acariciando meus longos fios de cabelo agora espalhados pelo tapete, quase dormir novamente, mas voltei a prestar atenção na conversa, que era voltada a mim.
- Sabe Tyler, ela é um anjo que caiu do céu! Somente para deixar minha vida mais alegre!
- Acho que a mesma oportunidade eu tive! – Tyler respondeu
Consegui sentir a vibração da risada deles e o hálito fresco do Bruce que só agora eu percebi estava bem próximo de mim. Me mexi e cocei os olhos, praticamente um alerta de que eu estava acordando.
- Aê! Cherry acordou! – Bruce riu
Cocei os olhos novamente e os abrir bem inocente, pensei comigo mesma.
- Que horas são? – falei rouca e dessa vez foi o Tyler quem respondeu
- São 9:00 da manhã milady! – Falou ele com um sotaque francês, olhando para seu relógio de pulso.
- 9 HORAS? – gritei surpresa – Eu dormir demais! Já volto! – Falei me levantando rápido e subindo as escadas para tomar um banho. Desci rapidamente para falar com os meninos, e ai ficou a dúvida, pois nenhum deles estava lá.
Ivna Poggio

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mudanças

Porque ele esta aqui para me ver? Só tenho 3 amigos e não desejo mais nenhum. Meus pensamentos estavam a flor da pele, quando o Tyler me interrompeu 
- E você é Mary, tem 18 anos, e mora aqui em Rosewood, Pennsylvania. – Ele sorriu e seus olhos pousaram em mim novamente, me observando de cima abaixo. Por fim, respirei e respondi 
- Como descobriu esse lugar? Poucos conhecem! – Perguntei intrigada. 
Ele observou o lago que era realmente esplêndido. As pedras feitas na medida certa, todas com um tom cobre, as árvores, todas frutíferas, grandes, arrojadas, as flores, tantas flores, coloridas, tropicais, tão vivas, distintas, não sei como sobreviviam ao frio da cidade..e um lago, um imenso lago, ou melhor, lagoa. Que fazia do céu a imensidão mais linda do universo, depois de um leve suspiro, ele me observou e conseguiu falar:
- Sabe, nunca vi um lugar tão lindo quanto esse! – ele voltou a observar as leves ondas formadas pelo vento – Me conte mais sobre você! – Ele me fitou. Aquele fora um dos momentos mais tensos da minha vida, eu estava no lugar mais lindo do mundo, conversando com um desconhecido, que nem sequer teve o trabalho de perguntar o meu nome, pois essa informação ele já obtivera, Deus sabe como. 
- Pensei que já soubesse tudo sobre mim! Mas, porque não me conta como descobriu o meu nome? – Fitei seus olhos verdes, que agora me observavam, sem reação, diante da minha pergunta.. Imaginei que ele estivesse inventando algum tipo de desculpa para me dar. 
- Nem eu sei como descobri seu nome! Brincadeirinha! – Ele sorriu e eu o fitei séria, eu não estava brincando – Isso não importa agora Mary, o que realmente importa é que passarei um tempo com você, na sua casa! – Ele me olhou, esperando uma reação, ou quem sabe um não 
- Digamos que eu tenha ido com a sua cara e por isso irei te dar a honra de me acompanhar por alguns dias! – sorrir docemente – Mas com uma condição! – Ele voltou a me observar. Fiz suspense e falei bem gélida – Vai ter que me contar o porquê de estar aqui! 
- Isso você mesma descobrirá com o passar do tempo – ele sorriu, certamente pelo enigma agora causado na minha mente. Voltei para o lugar onde estava sentada e peguei as minhas coisas, voltei para o carro na intenção de voltar para casa e dormir, ou ao menos acreditar que foi só um sonho. 
A intenção fora essa, mas não foi realmente isso que aconteceu. No meio do caminho de volta, recebi uma mensagem do Bruce, e ele disse que estava tudo bem por lá, e que assim que ele pudesse voltaria para me ver. Provavelmente, eu teria que apresentar o Tyler ao Bruce, o Tyler, tão elegante, conquistador, alguém que eu mal conheço. Mas isto seria o mínimo, queria saber é se o Bruce ia gostar dessa história. 

# 1 semana se passou #

Nunca mais tive nenhum tipo de sonho. Minha relação com o Tyler estava muito boa, o Bruce desde aquele dia não deu mais notícias. Larguei a faculdade que estava fazendo em Swanopel e agora vou morar em Forks, só com o Tyler, sem os meus pais. O Tyler disse que vai se mudar comigo, ele agora me acompanha em tudo. Vamos estudar juntos e dividir um apartamento por lá. Em 2 semanas eu me mudo, e em 2 dias, o Bruce estará de volta, e terei que contá-lo sobre tudo! Não quero admitir, mas eu não suporto a idéia de ter que ficar longe dele! Agora basta criar coragem.  

Ivna Poggio


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A visita



Uma semana se passara desde que o Bruce me tocou os lábios. Desde aquele dia, não mais o vi. Ele ja estava viajando. Eu estava sozinha em casa, era noite, e eu estava sonolenta, desliguei o computador e fui me deitar. Durante o sono, sonhei com o Bruce, ele corria numa velocidade muito alta, porém muito cauteloso com as árvores daquela floresta obscura, e esmurrava as coisas pelo qual passava com uma força inacreditável. Uma menina logo aparecera e ele demonstrou fúria por não tê-la encontrado antes. Logo a tomou nos braços e a beijou. Acordei com o sonho, ofegante, e com um grito abafado pelo travesseiro.
- O que está acontecendo comigo? – cocei meus olhos e os abrir
Havia um garoto parado na porta do meu banheiro. Senti seus olhos verdes intensos me fitando. Seu sorriso grande e branco vislumbrou meus olhos.  Agora eu havia enlouquecido.
- Quem é você? – Falei, querendo saber se parecia calma, a ultima coisa em que eu estava naquele instante. Seus cabelos morenos esvoaçavam com o vento que acabara de entrar pelas minhas janelas que estavam abertas. Ouvi seus calmos passos que atravessavam o mínimo espaço entre nós. Ele havia se aproximado com facilidade, enquanto eu me corroia de medo por dentro, provavelmente minha respiração estava ofegante, e ele percebeu isso muito fácil.
- Olá Mary, é um prazer conhecê-la, mantenha a calma! – ele continuava sorrindo
Não percebi um sequer movimento de seus lábios enquanto falava. Como ele sabia meu nome? Mantive a calma, até o momento em que ele sorriu de uma forma que qualquer garota se entregaria a seu charme. Depois de muito lutar com o meu medo, conseguir respondê-lo
- Pena que eu não possa dizer o mesmo! – sorri sarcástica
Ele depois de muito me observar e analisar minha resposta, retrucou
- Não acha que esta sendo grossa demais com a sua querida visita? – A questão é, que visita? Pensei transtornada, sem saber quando obteria uma resposta. O observei novamente, e não podia negar que seu charme era incrível. Ele estava muito bem vestido, acomodado, confortável em entrar assim na minha casa.
- Eu não tenho visita nenhuma para receber, e se me der licença – ele assentiu, e eu levantei de minha cama e entrei no banheiro. Tranquei a porta e logo terminei o que tinha que fazer. Quando eu sair do banheiro, o tão belo moço não estava mais no meu quarto, é provável que tenha sido minha imaginação. Para onde ele tinha ido? Não importava. Me arrumei e desci para pegar meu carro e ir para Swanopel, embora eu tenha ido por um caminho totalmente diferente, e sem pensar, acabei estacionando no lago, que me foi apresentado pelo Bruce.
Desci do carro e me deitei na grama, para assistir ao pôr do sol. Depois de 1 hora admirando os fenômenos da natureza, senti uma aproximação, o barulho vinha da floresta. Levantei-me para procurar. Uma sombra se aproximou me tocou os ombros e falou:
- Estava me procurando Milady? – Ele entrou em meu campo de visão e pude observá-lo, era o mesmo que me visitou durante a manhã. Ele estava mais lindo ainda e sorrindo. Deslumbrante, perfeito, é, perfeito era uma boa palavra para descrevê-lo. Seus cabelos eram morenos, caídos sobre seus olhos verdes, que agora cintilavam ao me olhar, sua pele era branca, branca feito a neve. Acho que o devia uma resposta, embora não o tenha feito antes, pelo fato de estar admirada com sua beleza.
- Não! Não procuro ninguém! Mas, poderia ao menos me dizer o seu nome ou de onde veio? – Sorri claramente. Ele me fitou da cabeça aos pés e enfim respondeu
- Tyler, meu nome é Tyler, e vim somente para vê-la! Não importa de onde! – Afirmou
Ivna Poggio

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Presentes

Enquanto eu andava em direção ao quarto 302, que era no ultimo andar, o corredor em que eu estava passando escureceu, todas as luzes haviam apagado. Uma pessoa encapuzada, muito parecida com a senhora do meu sonho, apareceu. Ela dizia as mesmas palavras do meu pesadelo:
- Então anjinho? Esta apaixonada né? Não vai contar a ele que és um anjo? – Ela pegou uma mecha do meu cabelo e cheirou – Que aroma delicioso. Que saudade de sua fragrância
- Com licença senhora, mas você não tem nada haver com a minha vida! – retruquei diferente de meu sonho
- Ah querida, tenho sim! Minha amada netinha! – Consegui ver os seus olhos, tão negros quanto a noite.
- Ta, sua louca! Tchau – E sair de perto dela, entrei no elevador as pressas, querendo entender suas palavras.
Netinha? Como assim? Minha avó é falecida. Ou talvez não seja, talvez minha mãe esteja mentindo para mim! Mas, agora eu preciso encontrar a Melina e contar tudo o que aconteceu de ontem para hoje, o meu sonho louco, a aparição dessa senhora do nada, o fato dela me chamar de neta. Precisava correr, eu devia voltar logo para proteger o Bruce, mas na verdade, eu queria poder fugir, e não ter que passar por nada disso. Imersa aos meus pensamentos, o elevador abriu, o que me despertou, eu estava no último andar do hotel, e uma porta ali no corredor, bem escondida estava aberta, olhei a placa, 302, sem hesitar entrei.
- Mel?
- Oi amiga, espera um pouquinho!
- Ta bom!
Em menos de 1 minuto, a Mel já estava perto de mim. Nós nos sentamos para conversar, e eu contei a ela tudo o que estava acontecendo, e ela topou ir comigo a Swanopel falar com a Magda, agora só faltava falar com a Kimberly. A ajuda delas é de grande importância para mim. Sozinha, acho que eu não conseguiria. Acabamos de conversar e fui para a minha suíte. Entrei no quarto, olhei a televisão, desligada. O vídeo-game? Nem sinal dele!
- Bruce?- Falei um pouco alto, com um tom de voz desesperado
- Oi, calma! Estou na varanda, atendendo a um telefonema!
- Ah, ok!
Assim que ele acabou, voltou para dentro do quarto.
- Quem era?
- Um amigo!
- Não quer dizer quem é, fala ué! – Pisquei e ele sorriu
- Ei Princesa, aonde você foi? Fiquei preocupado!
- Awn, nem deveria! Fui ver a Mel! – hesitei
- A ruivinha delicia? – Senti uma pontada de interesse em sua frase
- Não! A loira gostosa aqui! – Passei a mão pelo meu corpo – É, fui ver a ruiva por quem você se apaixonou! – fiz birra
- Além de louca, ta com ciúmes!
- Eu com ciúmes? – Ri alto – Você que esta louco meu bem!
- Ciumenta, ciumenta, ciumenta!! – Ele estava batendo palmas – Sabe, eu te amo minha princesa!
- Eu também te amo Príncipe! E esquece a ruiva ta?
- Que ruiva? – ele abriu o sorriso que eu mais adorava – Eu já tenho uma loira, que é só minha! – Convencido! – Ele se aproximou de mim e nossos lábios se encontraram.

Aflita. Eu estava aflita.



O Bruce não pode ficar perto de mim por agora. Ele pode estar correndo perigo. Vou esperar ele viajar novamente para descobrir quem é essa pessoa.
- Quando você viaja novamente? – Perguntei fingindo desinteresse
- Daqui a 1 semana! Por quê?
- Por nada! Nada demais! – Dei um largo sorriso.
Me levantei, fui ao banheiro para tomar banho e tinha uma sacola vermelha, com algumas roupas dentro, que por acaso, se pareciam muito com as minhas
- Que sacola é es.. – O Bruce me interrompeu antes que eu pudesse completar a frase
- Uma sacola vermelha ai jogada no chão do banheiro?
- Sim!
- Suas roupas! Enquanto dormia no banco de trás, passei na sua casa, e peguei algumas roupas.
- Ah sim, vou tomar banho! Obrigada por pensar nisso! – Entrei no banho antes que ele pudesse responder
Quanta coisa eu pensei durante o banho, quantas coisas eu planejei. Agora a minha vida estava ficando um pouco mais sensata. Tenho que proteger o Bruce. Antes que eu comece a procurar, preciso contatar a Melina e a Kimberly do que esta se passando, quem sabe elas não me ajudam. Depois, precisarei ir a Swanopel, minha cidade natal, para falar com a Magda, sobre o assunto. Depois de muito tempo pensando, me lembrei que ainda estava no banho, e já estava mais do que na hora de sair. Voltei para o quarto logo em seguida.
- Pensei que tinha desmaiado la dentro! – Ele demonstrou sarcasmo
- Estava imersa aos meus pensamentos! – Sorri – Então, para onde vamos hoje?
- Almoçar e Jogar vídeo-game! – Ele fez bico, já sabendo que eu não ia jogar vídeo-game
- Almoçar? Mas, já? – Olhei surpresa
- Sim! Já vai dar 13:00!
- Nossa como eu dormir!
- Para você ver!!
- Esta acordado desde que horas?
- Desde as 10:00!
- Hm, então ta!
- Então, vamos descer para almoçar?
- Claro! – Ele guardou o celular, e descemos.
Colocamos nossos pratos, e alguém deu duas batidas em minhas costas. Me virei assustada para ver quem era. Somente minha ruivinha preferida, a Melina.
- Mel, o que faz aqui?
- Oi pra você também! Também estava com saudades! – Ela sorriu, obviamente por ter sido grossa comigo. E que saudades dessa grosseria. Sorrir de verdade.
- Sério ué! Mas, Oi, e eu estava com saudades! – retruquei tímida
- Ah, depois eu te conto! Mas, me diz você, quem é o gatão que ta com um prato na mão, te olhando?
- Ah, o Bruce, é meu melhor amigo!
- Melhor amigo? KKKKKKKK – ela me olhou séria, e depois riu novamente – Só se for! Seu amiguinho de boca né gata?
- Não, não ruiva, ele é meu amigo mesmo! – Pisquei
- Ah sei!
- Sério! Mas, mais tarde me ligue, tenho muita coisa para te contar!
- Ta bom, mais tarde eu te ligo! Bye, bye! – Ela me deu tchau e sumiu em meio á “multidão” do hotel. Voltei para perto do Bruce, que já veio me interrogando.
- Sua amiga?
- É!
- Muito gata!
- Cala a boca! – Olhei para ele séria, eu não estava brincando. Estava com ciúmes.
- Ta bom, estressadinha!
- Quem, eu? Ah, fala sério, ela é minha melhor amiga, e eu não saio por ai queixando seus amigos gatissimos! – Sorri maliciosamente
- E é bom que não queixe mesmo! Mas, relaxa, esqueci sua amiga!
- Se eu relaxar mais eu caio! E se eu queixar, você ta pouco se importando ok, gato?? – O observei
- Ta certo, fica ai pensando assim! – Ele pousou seus olhos em mim
Almoçamos e voltamos logo para a suíte. Eu dormir de novo, e ele ficou jogando. Estava começando a ter aquele pesadelo de novo, quando o toque do meu celular interrompeu meu sono. Olhei na tela, era a Melina. Olhei para o Bruce ainda jogando
- Bru, eu tenho que atender! Vou dar umas voltas pelo hotel! Daqui a uns 30 minutos, eu estou de volta!
-Ok, cuidado ta?
- Ta doutor! – Sorri, sai da suíte e atendi o celular antes que a ligação caísse.
- Mel, aonde você esta?
- Quarto 302! – Ela disse, com um tom de voz preocupado
- To indo para ai! – Desliguei o celular, e fui direto para o 302.

Ivna Poggio


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Não é só um sonho



- Então, o que acha, Princesinha?
- Não mereço tanto, sabia?
- É, merece muito mais!
- Não, não mereço!
- Ta, ta!
- É bom, quando você ta por perto!
- Também me sinto bem ao seu lado Mary!
- Para você, é Cherry! – Nós rimos
- Ei,
- Quê?
- Você me ama? – os olhos dele brilharam
- Você sabe que sim! E você me ama?
- Mais do que tudo nessa vida!
Parei para observar aquele lago, estupidamente lindo. Era impossível, como o Bru descobriu esse lugar?

- Como descobriu esse lugar?
- Matando!
- O QUÊ? – ele riu de minha cara pasma
- Calma, né matando gente não!
- E é matando o que? Bicho?
- Não, Cobras!
- Cobras? Hm, estranho!
- É, eu e o Jack, sempre vimos aqui!
- Porque demorou tanto pra me mostrar? Poxa, nem gravei o caminho!
- Porque tinha que ser especial!
- E foi!
Olhamos os dois para o lago, que agora estava quase todo coberto pela neve, nunca vi uma imagem tão linda em toda a minha vida!
- Ei Bru, porque tu viaja tanto, e me deixa nessa cidade de merda só? Me leva com você?
- Porque pra onde eu vou, não é permitido Princesas!
- Ta, então eu viro bruxa ué! – E ele riu de minha piada sem graça
- Sério, um dia eu te levo comigo!
- Eu sinto muito sua falta!
- Eu também sinto! Agora, vem cá, deita no meu peito!
Fui até ele, e deitei em seu peito. Ficamos la no lago até escurecer, e eu adormeci em seu peito macio. Era por volta das 20:00 quando ele me acordou.  
- Boa Noite Mah! – Ele deu meu sorriso torto preferido, o mais sincero, o verdadeiro, o que realmente demonstrava felicidade.
- Boa noite? Noite? Hm. Boa noite Bru! – Cocei os olhos – Que horas são?
Ele deu uma olhada em seu relógio de pulso – Hm, são 20:20, significa que alguém que me ama muito ta pensando em mim.
- Você ta namorando é?
- Não só pegando!
- Essa parte eu não preciso saber! – Sorri tímida
- Pra que vou te contar? Para ser esgoelado? Não, não! – Ele fez um sinal de não com o dedo indicador.
- Ei Bruce? Você acha que vou achar o cara certo?
- Eu tenho certeza que vai minha princesa! Vamos pra casa!
- Tão perfeito quanto você?
- Eu tenho certeza que sim!
- Posso dormir na sua casa? O clima na minha casa não ta muito legal!
- Na verdade, nem eu estou dormindo em casa! Briguei com minha mãe.
- Sério? Porque?
- Ela acha que já tenho que casar!
- Ata! Então, vamos para um hotel?
- É, um hotel! – Ele sorriu torto.
Fomos para o carro, e eu adormeci no banco dos fundos.. Enquanto isso
* Sonho da Mah *
- Então anjinho? Esta apaixonada né? Não vai contar a ele que és um anjo? – Uma voz feminina sobressaia a manta negra. Seja quem fosse, estava com um capuz que cobria sua face e não dava para identificar seu rosto. Mas, o que ela saberia sobre mim?
- Você não tem nada haver com isso!
- Claro que tenho anjinho!
- Para de me chamar de anjo! – Cuspir nela e tentei me levantar. Não havia percebi, porém, estava amarrada a uma cadeira.
- Não vou parar anjinho! Isso te irrita não é? Que pena! Mas, não se preocupe. Um dia nos reencontraremos! – Ela pôs a mão nos meus ombros e com apenas um sopro, desapareceu.
* Final do sonho *
- Arg, que raiva. Bruxa, uma bruxa, UMA BRUXA! – Por final, gritei, e o Bruce ouviu.
- MARY, ACORDA POXA! – Senti 2 leves batidas em meu rosto, e alguém sussurrando, ou gritando o meu nome.
Despertei rapidamente e eu estava pelo que me parecia, em um hotel, enquanto ao sonho.. Que sonho que nada, foi apenas um pesadelo. Eu estava deitada, no colo do Bruce, que agora acariciava minhas madeixas.   
- Calma minha princesinha, fora somente um pesadelo! Tudo vai passar! – Ele tentava me acalmar
- Que bom que você esta aqui! – O abracei mais forte do que podia
- Calma meu anjinho, calma! – Porque todo mundo tem que me chamar de anjinho? Merda!

Continuara abraçada com o Bruce, e não queria nunca mais soltá-lo
- Não vai me contar?
- Prefiro não contar! – O sonho era sobre justamente o que ele ainda não podia saber
- Tudo bem!

E agora? O que eu vou fazer? Alguém sabe do meu segredo! * Detail: Sempre que a Mary tem esses sonhos, é tipo uma vidência, significa que algo vai acontecer, mas.. o futuro pode mudar!*
Ivna Poggio